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Oferta e demanda na prática – Casos da Alemanha

Aproveitei minha estadia na Alemanha, para dar o que tenho nos insights que não param de chegar
à minha mente, à medida que fui degustando a cultura daquele país.
A Alemanha é um país cuja extensão territorial equivale a 60% do estado de Minas Gerais.
Seus 83 milhões de habitantes vivem em 357.000 km2, enquanto em Minas Gerais 21,2 milhões de
habitantes têm a sua disposição 586.5000 Km2.
Diferentemente do Brasil, em que temos espaços em excesso, e milhares e milhares de imóveis
disponíveis para locação, (frutos da concentração de renda e da cultura de investido em imóveis), lá, onde
não há uma concentração de renda excessiva e nem espaços de sobra, a realidade é outra.
Ver um o imóvel para locação é raro. Enquanto aqui no Brasil corretores imobiliários se matam
disputando clientes “centímetro a centímetro”, na Alemanha ocorre justamente ao contrário.
Quando aparece um imóvel para ser alugado por lá, o corretor marca um dia de visitação, onde
várias e várias pessoas visitam imóvel ao mesmo tempo.
Em seguida, cada um faz a sua oferta e o corretor, segundo sua análise (julgamento pessoal) decide
para quem ele irá alugar.
Não são raros os casos em que se aluga um apartamento por um valor superior ao que estava
sendo pedido, em função da demanda.
Lá a palavra vale e o “fio do bigode” tem a força de um contrato.
A prova disso, é que a nossa guia, uma brasileira casada com um alemão, nos contou que no dia do
seu casamento, ao ser perguntada se desejava se casar, respondeu sim de mãos dadas com seu marido
sobre a Bíblia e já foi considerada casada, antes mesmo de assinar qualquer coisa. Se quisesse desistir do
casamento a partir dali, teria que fazer os mesmos trâmites como se tivesse assinado todos os documentos.
Voltando ao assunto da oferta e da demanda, não é só no mercado imobiliário que isso acontece.
Como a renda lá é bem distribuída e o alemão tem dinheiro para poder ir ao consumo, as lojas não
estão muito preocupadas em atender bem o cliente, como se prega tanto aqui no Brasil, afinal de contas,
existe um fluxo contínuo em uma demanda sempre disposta a encontrar o produto.
Assim, a grande preocupação do varejo é não deixar faltar o produto e ter processos que permitam
o cidadão alemão pagar e sair rapidamente do estabelecimento.
Atendimento pessoal? Pra que? Se o consumidor já é mais do que bem informado a respeito do
produto e sempre tem à sua disposição um “QR Code” para tirar as suas dúvidas. Não é à toa que a
EUROSHOP levou muita tecnologia de meios de pagamento, aliado a ambientes que melhorem o bem-estar
do consumidor na loja, para que ele possa comprar mais e muito pouco se falou em atendimento pessoal.
É meus amigos, a boa e velha lei da oferta e da procura pode mudar tudo. Já imaginou se
tivéssemos esse cenário aqui no Brasil? Certamente haveria uma inversão e deixaríamos de nos preocupar
tanto com atendimento e passaríamos a nos preocupar mais com tecnologia, produtividade e eficiência de
processos dentro do estabelecimento.
Melhor ainda, seria se tivéssemos os dois mundos!!!
Bom fim de semana a todos!