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O “Zé” e a “Maria” Enceradeira

Postado 21 de Março de 2017

* Por Marcos Fábio Gomes Ferreira

     Vocês se lembram da enceradeira? Isso mesmo, aquele eletrodoméstico que fazia parte de 10 em cada 10 casas nos anos 80 e 90. Tratava-se de um utensílio muito usado para dar brilho nos pisos de madeira após passada a cera. 

Hoje, raramente você encontra uma enceradeira em alguma casa. Mas porque ela sumiu? A enceradeira tinha alguns problemas em seu DNA, dentre eles, fazia muito barulho, não lustrava corretamente o chão, às vezes agarrava nos lugares, estragava sempre e, mesmo que você passasse muito bem enceradeira na casa, você tinha que vir depois lustrando os cantos, pois o seu tamanho e formato não permitiam que os cantos fossem lustrados. Após o uso, era um estorvo para guardar, virando quase peça de decoração na casa (inclusive tinha gente que fazia uma capa para ela e a deixava exposta num quarto ou sala).

   Mas o maior problema da enceradeira era que ela dependia de alguém que a direcionasse pra lá e pra cá. Em suma: ela não fazia o trabalho a partir da sua própria iniciativa e sempre dependia de uma pessoa para direcioná-la.

Com passar dos anos, as novas tecnologias produziram pisos e ceras que não precisavam mais do uso desse eletrodoméstico.

Muito bem, o que tem esse assunto a ver com a reflexão de hoje? Quero falar sobre o funcionário enceradeira! O “Zé Enceradeira” e a “Maria Enceradeira”.

Eles são aquelas pessoas que já se tornaram obsoletas e que só fazem o trabalho quando alguém manda ou quando tem alguém que os direcione.  São pessoas que não buscam para si a autonomia e ficam sempre dependendo de alguém dizer qual o seu trabalho. E mesmo depois de você ter orientado eles para fazerem o trabalho, você precisará voltar e limpar os cantos e os detalhes que eles não foram capazes de realizar.

O “Zé” e a “Maria” enceradeira são essas pessoas que adormeceram no tempo mas que ainda continuam fazendo barulho como se fossem importantes. No máximo, o que conseguem é atrapalhar os outros com suas reclamações. Como nem sempre é possível demiti-los como é o caso de pessoas concursadas, eles ainda dão um trabalhão para o RH que precisa arrumar um lugar para eles ficarem.

Uma coisa é fato, o eletrodoméstico enceradeira já quase não existe mais nas casas, mas, infelizmente, o “Zé” e a “Maria” enceradeira ainda são encontrados aos milhares nas empresas, todos os dias, fazendo barulho, passando pra lá e pra cá como se estivessem fazendo algo importante, mas que no fundo, só estão gastando energia e dando muita manutenção.

Se você conhece alguém assim, alerte essa pessoa. Converse com ela. Mostre esse texto a ela. Agora, se você se encaixou nessa história, abra bem os seus olhos, pois sem perceber, você pode estar se tornando um “Zé” ou uma “Maria” enceradeira e vai chegar um momento em que empresa não terá mais lugar para te colocar. Mesmo fazendo uma capa bonitinha para você, o seu destino já estará traçado: Cair em desuso!

Pense bem nisso!