Blog

Medicina empresarial

* Por Marcos Fábio Gomes Ferreira

Qual desses sintomas você presencia na empresa em que trabalha (seja como dono, gerente ou funcionário)?

(   ) Achar que a mão-de-obra é o problema;

(   ) Cultura da “apagação” de incêndios;

(   ) Decisões com base no “bom senso”;

(   ) Desconhecimento dos números da empresa;

(   ) Endividamento em alta;

(   ) Falta de tempo para pensar o negócio;

(   ) Vendas em queda;

(   ) Achismo ao invés de estudar e buscar as causas;

(   ) Achar que a culpa é do governo ou do cliente;

(   ) Crer que trabalhar é só cansar o corpo e suar;

(   ) Achar que você sempre faz melhor que o funcionário;

(   ) Acreditar que se você não pegar e fazer, nada sai;

(   ) Setores que não se comunicam entre si;

(   ) Vender, vender, vender e não ver o dinheiro;

No dia 03/03/2015, o Jornal Hoje da rede Globo trouxe uma pesquisa sobre saúde, concluindo que nós somos mais relaxados com a saúde que as mulheres e que só procuramos um médico em último caso, sob o argumento de que ir ao médico é bobagem ou que “isso logo vai passar”. Justamente por causa desse comportamento, as estatísticas mostram que os homens vivem em média 7,5 anos menos que as mulheres. Ainda pela pesquisa, somente 30% da população procura um médico de forma preventiva.Atuamos no mercado de Consultoria e Assessoria Empresarial há mais de 10 anos e sintomas como os apresentados acima são encontrados com frequência dentro das empresas. Por assim dizer, o que fazemos é uma espécie de medicina empresarial ou, se preferirem, podemos dizer que somos “Médicos de Empresa”. 

Se na medicina tradicional temos vários tipos de pacientes, na empresarial o mesmo acontece: Temos empresas que apresentamos a causa e o remédio, mas que não seguem o tratamento com disciplina; Temos as que buscam a solução milagrosa na internet ou nas receitas caseiras; Temos as que dizem querer mudar, mas se comportam de forma a se autodestruir e; Temos as boas empresas que acreditam no tratamento.

Se a pesquisa mostrou que somente 30% da população procura um médico de forma preventiva, imagine no mundo empresarial? Dos sintomas apresentados no início deste texto, quase todos estão presentes nas empresas familiares (98% das empresas do Brasil), independente do seu porte, mas poucas procuram ajuda.

Na maioria dos casos, o remédio não está na troca de funcionários e sim, na mudança de hábitos, que, por sua vez, não foram ensinados aos empreendedores. O perfil do empreendedor brasileiro é prático! Aprendeu com a vida e acabou levando essa prática para a gestão do seu negócio. Passou a fazer as coisas da forma como via o seu ex-chefe fazer. Temos aí a perpetuação da cultura da antiprofissionalização, das decisões pelo “bom senso”, pelo achismo ou pela intuição (feeling).

Uma coisa é fato: nossas empresas precisam de um check-up periódico e, quase sempre de um acompanhamento médico. Empresas demoram mais a sentir os sintomas que as pessoas, assim, no mundo empresarial, quando um sintoma aparece o tratamento é sempre mais longo.

Profissionalizar é o caminho, pois, quando a crise vem, empresas mais saudáveis (profissionalizadas) serão mais resistentes e sofrerão menos os efeitos negativos do mercado.

Bom fim de semana e saúde a todos!