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Geracao Mimimi – Parte-2

Em agosto de 2017 escrevi este texto, mas peço licença a vocês para trazê-lo de volta, com algumas coisas a mais, e que, infelizmente, de lá para cá, só pioraram.

Alô você que, assim como eu, anda de saco cheio com a geração mimimi. Aliás, primeiro deixa eu perguntar: você sabe o que é essa geração “mimimi”? Isso mesmo, geração “mimimi”.

Tem sido muito difícil para pessoas práticas como eu, aguentar essas pessoas cheias de mimimi para quase tudo! Sou nascido nos anos 70 e criado nos anos 80 e, sem querer ser saudosista, mas já sendo, como sinto saudades do tempo em que especialistas criados em apartamentos não existiam para nos tolher do que podíamos ou não fazer.

Zoávamos uns com os outros na escola sem tomar conhecimento do que era “bullying”, e, no dia seguinte tudo certo! Na verdade, era até bom ser zoado pela galera, pois assim, criávamos vergonha na cara para mudar; se eu brigasse na rua e chegasse em casa chorando, apanhava de novo. Hoje, a geração mimimi chega em casa chorando e os pais querem ir tirar satisfação com a outra parte; sou de pele escura, muito mais negro que branco, e nem por isso morri com as piadas de preto, assim como era engraçado rir de outros casos que hoje, soam como preconceito; num certo domingo, sai de casa às 7:00 para andar de bicicleta e voltei pra lá das 19:00h… Como não havia celular e meus pais não conseguiram contato comigo, claro que apanhei ao chegar em casa, e, graças a Deus, não existia conselho tutelar para me proteger (ou, na verdade, para me estragar); Se a professora reclamasse de mim, “vixi”! Lá vinha mais coro, castigo e tudo mais… desrespeitar minhas professoras? Que isso! Eu não seria doido. Se apanhasse de uma delas, apanhava em casa! Hoje, a geração mimimi fala com o papai e com a mamãe, que rapidamente vão até à escola pedir a cabeça da professora.

Recentemente, algumas notícias tomaram conta do mundo empreendedor:

  • L’Oréal vai retirar termos como ‘branqueador’ e ‘clareamento’ de seus produtos (Fonte: g1.globo.com)
  • Bombril retira ‘krespinha’ do mercado: acusações de racismo fazem marcas reverem produtos (bbc.com)

Putz!!! Então teremos de mudar o nome do Bronzeador, concordam? E o que fará Madam C.J. Walker, primeira milionária self made negra dos EUA, que criou um império ao desenvolver produtos para negros, dos quais, entre eles, estão alisantes de cabelo. Qual é o problema de falar que um cabelo é crespo?

Falar favela é feio, mas comunidade é bonito? O termo não muda nada na realidade dessas pessoas que moram lá e que continuam a viver sem água, esgoto e com ausência do estado?

Como vamos viver assim? Se acho Bonito ou Feio não poderemos nos manifestar? Mas e quem não gosta de ser morena e pinta o cabelo de loiro? E quem não gosta de ter o nariz grande e faz uma cirurgia para reduzir o tamanho? E quantos e mais quantos falam coisas politicamente corretas, mas, se comportam de outra forma? As atitudes são mais sérias que as palavras!

Me desculpem a forma de falar, mas não foi a geração mimimi que inventou e criou toda a revolução que vivenciamos nos últimos anos. Foi a nossa geração, de homens e mulheres que apreenderam desde cedo a ver a vida de uma forma muito diferente que a geração de hoje.

Hoje não podemos mais caçoar de um caso engraçado ou rir do que é fora do padrão, pois é preconceito. Hoje nada pode! OU MELHOR, COISAS ABSURDAS COMO UM ALUNO AGREDIR O PROFESSOR, OS FILHOS BATEREM NOS PAIS E O BANDIDO MATAR A POLÍCIA, ISSO PODE. O CONTRÁRIO, NÃO!

Ainda conheço muita gente da minha geração e que entende que isso tudo se tornou um exagero, mas, o poder dos “mimimi´s” ganha mídia, ganha voz e faz parecer que nós é que estamos errados.

Infelizmente, a zoeira virou “bulling”, a brincadeira virou preconceito, o castigo e a palmada é espancamento e, de outro lado, O LADRÃO É CIDADÃO QUE MERECE RESPEITO, A POLÍCIA É BANDIDO, E O PROFESSOR EXIGENTE É O CARRASCO.

É meus amigos, acreditem: sou de um tempo onde as brincadeiras eram vistas como brincadeiras. O preconceito, infelizmente existia, assim como existe hoje, mas sabíamos diferenciar essas coisas.

Não estou dizendo que tudo agora está errado, MAS, QUE ESTÁ UM MIMIMI EXAGERADO, ISSO ESTÁ!

Onde está o aluno que tira nota péssima na prova e diz “me ferrei por que não estudei”? Onde está o funcionário que toma a advertência e reconhece o erro? Onde está o senso de autorresponsabilidade? Para a geração mimimi de que é a responsabilidade: dele ou outro?

Certamente, você tem todo o direito de discordar de mim ou Freud, considerado o Pai da Psicanálise, que dizia que “sem trauma não há crescimento”. 

Entretanto, pelo menos, reflita sobre essa ideia de que a criança não pode sofrer nada, que ela não pode ser contrariada e nem contestada e sobre os efeitos que isso tem trazido. Talvez você conclua que isso tem feito de nós o povo mais mimado ou melhor “mimimizado” do planeta, principalmente nas classes sociais mais elevadas.

Bom fim de semana a todos!