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Empreendedorismo Masculino ou Feminino: qual o melhor?

Postado 17 de Fevereiro de 2017

* Por Marcos Fábio Gomes Ferreira

As mulheres têm uma participação ativa no sustento dos lares brasileiros. Hoje, cerca de 35% desses lares é sustentado exclusivamente pela mulher. Se no mercado as mulheres já ocupam postos antes, eminentemente masculinos (frentistas, motoristas de ônibus, construção civil, etc.), imaginem o que vem ocorrendo no mundo empreendedor?

Segundo um estudo do Sebrae, 45% dos Microempreendedores Individuais já são mulheres. Uma outra pesquisa disponível no site www.portalmulherexecutiva.com.br, organizada pela Rede Mulher Empreendedora revela o perfil dessas mulheres:

  • 73% possuem idade entre de 31 e 50 anos, sendo a idade média de 40 anos, com mínima de 18 anos e máxima acima de 60 anos, segundo apurada na pesquisa.

  • 60% das empreendedoras têm filhos.

  • 58% casadas, 27 % solteiras, 10% divorciadas e as outras 5 % se dividem entre viúvas e outras.

  • 58% no máximo tem até graduação completa, sendo que 7% possuem mestrado e doutorado.

  • 51% das mulheres não estudaram para empreender.

O setor de serviços é o preferido delas com 62,7%. O comércio responde por 26,9% e a indústria apenas com 4,9% do total dos negócios empreendidos pelas mulheres.

Entretanto, apesar desses números aparentemente bons, as empreendedoras têm mais dificuldades para crescer e investem no mundo dos negócios bem mais tarde e de forma menos agressiva que os homens. Além disso, possuem dificuldade de usar bem a sua network. A responsabilidade de lidar com a família, aliada à vontade de ter mais tempo para se dedicar ela, acaba prejudicando os negócios empreendidos pelas mulheres.

As dificuldades de gestão também não são privilégios somente do mundo masculino, segundo a pesquisa da Rede Mulher Empreendedora, quando perguntada sobre as principais dificuldades, em relação ao negócio, 48% tem dificuldade na divulgação e marketing; 37% no planejamento financeiro; 27% dizem saber produzir, mas, não conseguem vender.

Por outro lado, a capacidade de ser multitarefa aliado ao lado sentimental mais aguçado tem conferido vantagens às empreendedoras. O problema é que essas características de forma isolada não são suficientes para ganhar o jogo.

No meio masculino, as mulheres que somam à sua característica multitarefa e emocional questões do universo masculino tais como, capacidade de arriscar, de persuadir e de focar no negócio, acabam produzindo um pouco da “masculinização” da mulher, mas que, inegavelmente, cria uma enorme vantagem ao dito sexo frágil.

Outro ponto interessante é a necessidade de segurança ao empreender, por isso, muitas mulheres se arriscam mais quando possuem a figura de um sócio (a) que pode ser um amigo, irmão, marido, filho, etc.

O que precisa ficar claro no mundo empreendedor é que, independente se o gênero é masculino ou feminino, empreender é um ambiente que envolve risco, incerteza e ação. Justamente por isso, existem técnicas, ferramentas e estudos a exemplo de Pesquisas de mercado, Teste de Ideia, Modelagem de Negócios (CANVAS), Planos de negócio e Projetos Empresariais e que devem ser utilizados no planejamento dos negócios como forma de minimização de riscos e incertezas, permitindo ações mais assertivas.

Se você, independente do gênero a que pertence, pretende empreender, não deixe de planejar o seu negócio.