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Alvo no tiro

Postado em 08 de abril de 2016

* Por Marcos Fábio Gomes Ferreira

Certa vez um caçador se aventurou por uma floresta conhecida por ter um excelente atirador que habitava tal floresta.

Com o intuito de desafiar o misterioso atirador, o caçador seguiu pelas entranhas da floresta. À medida que o caçador entrava em meio as árvores, começou a ouvir o barulho de tiros e mais tiros. Não somente isso, também começou a observar que em várias árvores haviam um alvo com um tiro bem no centro desse alvo. Impressionado com tamanha pontaria, o caçador concluiu que dali vinha a fama do misterioso homem que habitava a floresta, afinal, como seria possível tantos alvos com um único tiro certeiro bem no centro e sem nenhuma marca de outro tiro em qualquer outra parte do alvo?

Poucos metros à frente o caçador se depara com o atirador prestes a dar mais um tiro. Surpreso e receoso, o caçador se apresenta ao misterioso atirador, que imediatamente faz um sinal pedindo silêncio para que seu tiro fosse concluído. Após o tiro, rapidamente o misterioso homem corre até a árvore, pega um balde de tinta e desenha um alvo ao redor do tiro, colocando o centro do alvo bem em cima do tiro.

Sem compreender nada, o caçador pergunta ao misterioso atirador o que ele estava fazendo? “Colocando o alvo no tiro” respondeu o misterioso atirador que ainda completou a resposta: “Depois que aprendi essa técnica passei a não errar mais nenhum tiro”!

Intrigado e decepcionado, o caçador dá meia volta e põe-se a caminhar para sua casa, pois a motivação de seu desafio acabara ali.

Essa pequena parábola, cujo autor é desconhecido, nos faz refletir um momento que muitas empresas têm passado: Estabelecem as metas, mas continuam a agir como sempre agiram. No final do mês, após apurarem o resultado das vendas, ajustam a meta para o realizado. Exemplo: se a meta de vendas era R$ 250.000,00 e conseguiram R$ 220.000,00, a equipe chora, reclama e esperneia até baixarem a meta para R$ 220.000,00. Feito isso, comemoram o atingimento da meta.

Esse comportamento tem sido muito comum, visto que não bater metas desmotiva. Essa lógica perversa de que quanto menor for a meta mais fácil será o alcance dessa meta, tem gerado grandes prejuízos aos negócios. Agora pensem comigo: Se você precisa ganhar R$ 6.000,00/mês para pagar suas contas e no final do mês você se dá conta que não receberá mais que R$ 5.200,00, a solução não é dizer que R$ 5.200,00 será sua meta. Vai faltar R$ 800,00!

Se uma empresa precisa vender R$ 250.000,00, negociar a meta para R$ 220.000,00 não resolve! Se você trabalha com vendas procure saber antes o porquê daquela meta, pois, se sua empresa for organizada, você descobrirá que uma meta não nasce apenas de um desejo de vender “X” % a mais que o ano anterior. Uma meta foi feita para que a empresa honre com seus compromissos e obtenha o lucro, que é fundamental para a continuidade do negócio.

Para finalizar, pior que o desmiolado atirador que desenha o alvo no tiro, são aqueles que abaixam a meta e, quando atingem essa nova meta, ainda reclamam a sua premiação por terem batido a meta. Aí o caso já é de internação num hospício!

Bom fim de semana a todos.